Processo de tomada de decisão nas organizações: racional e intuitivo
O processo de tomada de decisão nas organizações nem sempre segue uma metodologia padronizada ou um processo modelado rigidamente e definido com precisão.
Essa inconsistência metodológica (e, portanto, de processos) ocorre em um grau cada vez maior, conforme o nível hierárquico do decisor aumenta.
E é fácil de se entender o motivo para isso!
Toda pessoa que deve tomar uma decisão, seja em uma organização ou em sua vida pessoal, leva dois aspectos em consideração:
- Aspectos racionais e analíticos
- Aspectos emocionais e de temperamento pessoal
Não podemos esquecer, também, da famosa intuição, que não deixa de ser um viés do aspecto emocional, mas que alguns sabem usar muito bem e com resultados brilhantes e outros, nem tanto…
Ao levar em conta estes 2 aspectos, a pessoa que se encontra em um processo de tomada de decisão nas organizações ainda é pressionado por um terceiro fator: o tempo.
É como diz aquela frase antiquíssima:
“Se você não tomar nenhuma decisão, já tomou uma, e ela está errada”.
Portanto, conforme o nível hierárquico aumenta, as características psicológicas e de personalidade do líder, sua autoconfiança e experiência, podem levá-lo a pender mais para os aspectos emocionais e de temperamento, mesclados com a intuição, principalmente se não tiver tempo suficiente para analisar as informações ou mesmo de recebê-las dos níveis hierárquicos inferiores e dos sistemas que o deveriam prover delas.
Nesse contexto, os 4 tipos de personalidade (que o modelo de testes de personalidade MBTI, desenvolvido durante a segunda guerra mundial, amplia para 16) muitas vezes influenciam fortemente o processo de tomada de decisão nas empresas.
Tipos de personalidade:
Analítico: baixa assertividade e baixa emotividade.
ARQUITETO: Pensadores criativos e estratégicos, com um plano para tudo
LÓGICO: Criadores inovadores com uma sede insaciável por conhecimento.
COMANDANTE: Líderes ousados, criativos e enérgicos, sempre dando um jeito em tudo.
INOVADOR: Pensadores espertos e curiosos que não resistem um desafio intelectual.
Pragmático: assertivo e controlado.
LOGÍSTICO: Indivíduos práticos e extremamente confiáveis.
DEFENSOR: Protetores dedicados e acolhedores, estão sempre prontos para defender seus amados.
EXECUTIVO: Administradores excelentes, inigualáveis em gerenciar coisas – ou pessoas.
CONSUL: Pessoas extraordinariamente atenciosas, sociais e populares, sempre prontas para ajudar.
Integrador: emotivo e com baixa assertividade.
ADVOGADO: Idealistas quietos e místicos, porém muito inspiradores e incansáveis.
MEDIADOR: Pessoas poéticas, bondosas e altruístas, sempre prontas para ajudar uma boa causa.
PROTAGONISTA: Líderes inspiradores e carismáticos, que conseguem hipnotizar sua audiência.
ATIVISTA: Espíritos livres, criativos, sociáveis e entusiasmáticos, sempre encontrando uma razão para sorrir.
Expressivo: assertivo e emotivo.
VIRTUOSO: Experimentadores práticos e ousados, mestres em todos tipos de ferramentas.
AVENTUREIRO: Artistas flexíveis e charmosos, sempre prontos para explorar e experimentar algo novo.
EMPRESÁRIO: Pessoas inteligentes, enérgicas e perceptivas, que realmente gostam de arriscar.
ANIMADOR: Animadores entusiasmados, enérgicos e espontâneos – a vida nunca fica entediante perto deles.
Fonte: 16 Personalities. Faça o seu teste de personalidade!
Não existe um estilo de personalidade ideal para o tomador de decisão, isso dependerá do posicionamento, dos valores, da cultura e mesmo do momento que a organização atravessa.
É por isso que cada vez mais as organizações buscam melhorar a modelagem de seus processos de inteligência e de seleção de lideranças, em busca do melhor desempenho nos dois fatores fundamentais para a tomada de decisão organizacional:
- Líderes preparados para tomar decisões de risco utilizando fatores emocionais e de personalidade com responsabilidade e cautela.
- Sistemas de informação que proporcionem a maior agilidade, confiabilidade e precisão no auxílio aos processos de tomada de decisões nas organizações.
No outro extremo da cadeia hierárquica, estão as regras de negócios. Aquelas políticas e procedimentos padronizados nos fluxos de processo que definem desvios por meio de regras simples.
Quanto mais baixo o nível hierárquico, mais regras de negócios devem auxiliar no processo de tomada de decisão nas organizações. Esse assunto vem crescendo tanto em importância que foi criada uma notação específica, a DMN Decision Modeling with Business Rules.
Para entendermos um pouco melhor como isso funciona, vamos dar uma olhada em um dos autores que estudaram o processo de tomada de decisão nas empresas, Herbert Simon, e como ele estruturou sua análise deste tema.
O processo de tomada de decisões nas organizações segundo Herbert Simon
Segundo este Prêmio Nobel e professor da Carnegie Mellon University, o processo de tomada de decisão nas organizações tem 3 fases:
- Prospecção: análise do problema
- Concepção: criação de alternativas de solução
- Decisão: julgamento e escolha de uma das alternativas
Simon considera que o aspecto racional é limitado para se maximizar a escolha da solução. O que se deve procurar não é a solução ideal, mas a solução mais satisfatória, o que enfatiza, de certo modo, a necessidade de levar em conta o aspecto emocional na tomada de decisão organizacional.
Além disso, Simon classifica as decisões empresariais em 3 tipos:
- Decisões programadas: repetitivas e rotineiras, podem ser alvo da automatização de processos de negócios
- Decisões não programadas: em que o decisor deve usar sua capacidade de julgamento, intuição e criatividade
- Decisões semi-programadas: um misto das duas, em que deve haver apoio dos sistemas de informação e da capacidade de julgamento do decisor, sua experiência e compreensão do contexto
Seja qual for o tipo de processo de tomada de decisão nas organizações, o fato é que que um dashboard de gestão pode ajudar no monitoramento dos processos de negócio.